terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Prefiro não intitular.







Vou fazer isso de uma forma simples. O trabalho, a reflexão, o resultado, deixo-os para a sua mente. As coisas mais impactantes, na vida, são assim: simples. Uma ou duas frases. Uma escolha. Um olhar. E o impacto quem cria é você.


Foi assim: no supermercado, ele me olhou. Era um homem bonito. Cabelo claro, barba por fazer. E nos olhos, tristeza. Uma tristeza irrequieta, em revolta. Uma tristeza profunda que só eu poderia compreender. Foi tudo muito rápido. Ele olhou nos meus olhos e pensou que eu pudesse compreendê-lo. Ele olhou nos meus olhos e esqueceu a sua própria tristeza: ao olhar pra mim, ele só podia ver a minha. Eu também só pude ver a dele, e foi por isso que, quase sem pensar, virei o rosto e continuei andando.


Não sei muito bem o que poderia ter feito.


Poderia ter visto só a tristeza, ela me bastaria.


Mas eu tinha que ver a cadeira.


Tudo, tudo em segundos. Eu vi a cadeira em vez de seus olhos, então continuei andando. Mas ele não pôde.









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