A casa, a cama e a chuva eram as mesmas.
Mudara, porém, quem chegava, quem deitava e quem via.
Não sentia vontade de amar nada que fosse seu. Não sentia vontade de falar sobre nada que sentia. Não queria fazer nada que precisava fazer. Seu mote era a contemplação.
Seria bom poder trancar momentos em câmaras e, algum dia, abri-las para encontrar um passado intacto.
As dores, os cabelos, as tempestades. A cor das paredes. A pureza inconsciente. O claustro, a ansiedade por crescer e descobrir a vida. Os fins de mundo. A música. As horas.
Mas a vida se reformula e o que sobra é uma carapaça calcária de todas as coisas. Essas carapaças vão se amontoando, batendo umas contra as outras e acabam formando uma areia cada vez mais fina de pedaços de tudo o que passou. Como toda areia, serve para construir coisas novas. Mas,ao mesmo tempo, pode criar um deserto inabitável, intransponível e infinitamente vazio.
Esse era seu areal.
Ca-ra-lho, vai ser foda assim na minha alma. Um dia se eu crescer eu vou mostrar isso pra alguém e falar: "Acredita que a autora era minha amiga? Minha melhor amiga?".
ResponderExcluirE eu, com um sorriso de coringa no rosto (se é que minha parte pensante ainda estará pensando), vou dizer: "e você acredita que a minha amiga, minha melhor amiga, nunca deixou de valorizar cada cocozinho em forma de esfera que eu deixava pela rua?"
ResponderExcluirTatuí!
Ps: Sabia que todos os filhotes de tatu são gêmeos univitelinos?
Também não exagera catarro de bode!
ResponderExcluirNão sabia não... vai ver vou ter gêmeos um dia, seria bacana.