segunda-feira, 11 de junho de 2012

‎Segunda-feira, ‎5‎ de ‎setembro‎ de ‎2011, ‏‎21:50:53

"Lembro de você todos os dias. Uma música, um olhar, uma sombra.
Não gosto de lembrar de você todos os dias. Isso porque sei que não há nada que possa ser feito. Sinto saudades, muitas saudades. Você não pode imaginar o quanto.
Em minha cabeça você é assim: um recorte de todos os dias bons, de todas as risadas, de todas as vezes que te vi dormindo e pensei nas três palavras que tantas vezes te disse. Até mesmo os piores momentos parecem bons agora. O amor fez tudo ficar sépia.

Sim, acho que ainda te amo. Mas só de pensar nisso tudo me escapa. Sinto o frio que ficou em mim desde tudo. Aí começo a ouvir os gritos. Relembrar a frustração. Sentir  as lágrimas. A dor de dentro e a dor de fora. E então quero me deitar do seu lado e te sentir me envolvendo, e me isolando de tudo isso, de tudo o que não quero sentir nunca mais. Por mais paradoxal que  possa parecer.
Parece que acabei gostando disso, te deixei me machucar tantas vezes porque gostava de me sentir protegida depois. Acho que as pessoas podem aprender a gostar até das piores coisas.

Gostaria de te ter de novo, sem pensar nas conseqüências. Sem lembrar de tudo o que aconteceu ou pode acontecer. Queria poder estar com você de novo. Encostar de leve  em você. Queria poder te admirar.Te amar de um jeito saudável. Te amar porque acordei e pensei “Eu o amo”, e não porque no dia anterior disse que te amava.  Será que algum dia alguém vai entender isso? Será que alguém no mundo sente isso? Pedi tantas vezes, com todas as minhas forças, que esse alguém fosse você. Mas confesso que nunca tive certeza disso.

O que mais dói é saber que nunca vamos ter isso de volta. Hoje, se nos dispuséssemos a fazer tudo de novo, se tentássemos nos resgatar, mesmo se fizéssemos o maior esforço de nossas vidas, esse esforço de nada adiantaria. Somos como sobreviventes de um naufrágio, nos agarrando em qualquer escombro que haja por perto.  Sentir o amor indo embora é como se afogar. Você vê as coisas acontecendo à sua volta como se estivessem em um filme. Inutilmente tenta se salvar, se apóia nos destroços, e mesmo assim afunda. Procura freneticamente em todas as partes um pouco de ar para respirar. E afunda. Os sons ficam cada vez mais distantes, você não sabe distinguir a realidade daquilo que sua imaginação inventou. Afunda. E tudo fica cada vez mais escuro, mais frio. Você daria tudo pra poder voltar à tona, mas agora já nem sabe mais. Agora você já afundou. Já não existe mais barco, mais ar, você, nada. Tudo o que você tem é o escuro, e fica realmente difícil saber se não é ele que tem você."

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