" Todos levantem seus remos para o Horsamarino,Horsamarino,Horsamarino. O Horsamarino não teme as estações e enfrenta as correntes. Ele é corajoso, valente e sincero. Ele vive na natureza em paz e luta para que ela viva nele em paz também. Mas o Horsamarino não pensa.
O Horsamarino não pensa porque ele é bruto e instintivo. Ele é, sobretudo, um animal. Ele é um peixe que não regula sua temperatura e todos os dias tem que nadar atrás da comida que quiser comer. Há quem diga que não há melhor forma de ser livre do que nascer um Horsamarino. Ele é simples e sua vivência se limita a alguns segundos no passado e alguns a diante. Contanto que sobreviva, ele terá consciência. O Horsamarino não sabe o que é o Amor, porque ele não precisa do Amor. O amor, para ele, é encontrar seu alimento quando sente fome e escapar quando ameaçado- porque isso mesmo é amor: algo pelo qual anseia-se como um anseia por ar quando sufocado. O Horsamarino , se tirado da água, terá seu amor nela novamente. Mas seu lugar é dentro da água, então aquele amor logo desaparece quando o Horsamarino é devolvido a quem pertence.
Já o homem, o homem não. O homem não sabe a quem pertence, de modo que constantemente se sente sufocar pela vida que leva. Sempre que pode, sonha com o Amor que nunca terá- antes de estar debaixo da terra. Porque , se o amor é paz, então o Amor só está na morte. Talvez, de fato, seja ela a quem o homem pertença: à morte."
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